Polícia Civil instaura inquérito para apurar morte de idosa eletrocutada no litoral de SP durante ciclone

Família quer investigar se empresa responsável por energia poderia ter evitado acidente. Morte ocorreu durante a passagem de um ciclone extratropical em Itanhaém (SP).

Por Ágata Luz, g1 Santos I 29/11/2023

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar a morte de Iracy Alves de Oliveira, vítima de uma descarga elétrica em Itanhaém, no litoral de São Paulo. A família tinha entrado com pedido de investigação policial para esclarecer se a morte da idosa de 80 anos poderia ter sido evitada. Iracy morreu após sofrer uma descarga elétrica durante uma ventania em julho deste ano. Ela teria tocado em um cabo de média tensão, que se rompeu após ser atingido por galhos de uma árvore. As rajadas de vento foram provocadas por um ciclone extratropical na Baixada Santista.

Claudinelia Oliveira e Silva Santos é filha da vítima e, desde o ocorrido com a mãe, luta por Justiça. Ela encaminhou um pedido de instauração de inquérito policial, no início de outubro, por meio do advogado Diego Renoldi Quaresma de Oliveira.

Ele contou ao g1 que o objetivo da investigação é verificar se houve falha de algum responsável da empresa concessionária de energia Elektro. Com o inquérito instaurado pelo 2º Distrito Policial de Itanhaém, os agentes da Polícia Civil já começaram as investigações sobre o caso ouvindo testemunhas. A companhia de energia também foi intimida a esclarecer alguns pontos relacionados ao fato.

O advogado explicou que a polícia irá apurar se existiu um crime e quem é o autor. “Nós entendemos que a investigação policial pode revelar se de fato houve ou não a prática de um homicídio. É esse um dos fundamentos da investigação preliminar feita pela polícia, qual seja, o fornecimento de elementos para que o Ministério Público decida entre processo ou arquivamento do caso”, afirmou Oliveira.

A defesa da família possui como elemento o áudio de uma vizinha, que ligou para a Neonergia Elektro na madrugada do dia 13. A mulher alertou a empresa sobre duas quedas de energia na região. No entanto, o funcionário que atendeu a ligação informou que iria apurar o caso após às 6h.

De acordo com o defensor, a Polícia Civil classificou a investigação como “morte suspeita” e acolheu o pedido da família de ouvir testemunhas e intimar a companhia de eletricidade.

“Para explicar o porque não enviou uma equipe ao local na madrugada do dia 13 ou, ainda, porque informou, por meio de uma funcionária, segundo a própria testemunha, que a solicitação de uma equipe ao local somente seria atendida depois das 6h da manhã do dia 13”, disse Diego.

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